quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Sobre a polêmica da Opra



Sim, a Opra não é nenhuma mulher de esquerda. Ela é sucesso na televisão justamente por isso. Ela é do sistema, é o sistema, ajuda o sistema. É a mulher mais rica dos EUA. Lambe botas dos presidentes assassinos e tudo mais. Ela é preconceituosa e tem posições horríveis sobre a política estadunidense. É uma adversária de todos nós que sonhamos com o mundo justo, com o comunismo. E o mesmo se pode dizer de um bom número de celebridades estadunidenses que estão nessa batalha, agora, contra o assédio sexual.

Mas, em nome da mulheridade é preciso apoiar esse momento em que as mulheres  - atrizes principalmente  - estão denunciando o acosso sexual por parte de vários diretores e atores famosos. Não estão falando de cantadas ou de brincadeiras eróticas, que podem até ser aceitas. O que elas estão falando é do famoso “teste do sofá”. Aquele conhecido “ou dá pra mim ou não trabalha”. É disso que se trata. E aí, minha gente, não dá pra aceitar. Isso é exercício de poder. Isso é coisa contra o que se deve lutar sim. Isso diz respeito aos trabalhadores e trabalhadoras. É uma pauta nossa.

Claro que não dá para esperar da Opra, que é a queridinha da “América” e da classe dominante americana que diz: “olha uma negra famosa, You can too (tu também pode)” , que ela pense nas mulheres que são violadas no Afeganistão pelos soldados do seu país, ou no Iraque, ou na Síria, ou na Colômbia, ou na Guatemala. Ela só consegue ver no seu entorno, seu mundo cor-de-rosa de mulher que “venceu”. Lembrem que ela mesma foi vítima de abuso sexual quando menina. Isso não é qualquer coisa.  De qualquer forma o fato de ela usar seu nome e seu poder para repudiar o assédio sexual no mundo do cinema, é algo importante para as mulheres daquele meio. É sim. Com toda a hipocrisia que isso encerra, visto que é um repúdio cirúrgico, confinado a um determinado lugar, bem específico.

Esse sentimento de sororidade internacional que exigimos dela só existe em nós, que temos esse sonho da sociedade comunista, global, inteira, vivendo em felicidade. E temos de lutar por isso. Um lugar e um tempo em que nenhuma mulher será violada, que ninguém precisará se submeter à violência sexual para garantir emprego, nem mulher, nem homem, nem criança. Esse mundo que sonhamos não é o mundo da Opra. E haverá um momento em que teremos de lutar contra ela. Porque ela é uma mulher do sistema.

Então, deixem que, nesse momento histórico, ela ajude suas compas do mundo da TV. Quem sabe um dia, ela desperte, e, em vez de apoiar os assassinos das gentes no mundo, some-se às fileiras da maioria. Não custa sonhar...As pessoas mudam... 

Mas, por agora, valeu!

Nós aqui, seguimos... No caminho do comum... 


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