segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Construtoras se unem à elite dominante para destruir Florianópolis


Plano diretor vai à votação as quatro da tarde dessa terça-feira

Os rapazes bem vestidos da prefeitura de Florianópolis já não pretendem mais passar por bons mocinhos. Atropelaram a população com o edital do transporte coletivo, sem debate, sem discussão e agora promovem novo massacre com a votação do Plano Diretor. Sem que as comunidades pudessem avaliar claramente as mudanças feitas no projeto que levou anos sendo debatido e acabou cheio de alterações, o prefeito César Souza Junior encaminhou o projeto para a Câmara de Vereadores. Tudo isso feito na manhã seguinte à audiência pública, já encadernado e bonitinho, mostrando que nada do que foi dito pelas lideranças comunitárias e moradores foi incorporado.

De forma nada surpreendente o projeto passou como um relâmpago pelas comissões chegando a ser aprovado em três delas no mesmo dia. Ou seja, ninguém estudou o plano. Tudo já estava acertado. Depois, foi a vez das emendas que chegaram aos borbotões de todos os vereadores preocupados em introduzir aquilo que seus financiadores exigem. Ao todo, 253 emendas recolhidas num calhamaço de 503 páginas. Para as comunidades restou a ação de vereadores como Lino Peres, do PT e Afrãnio Bopré, do Psol.

Com o pouco tempo para analisar cada uma das emendas e o plano como um todo, muita coisa ruim pode passar sem que a população tenha condições de compreender o conteúdo das mudanças. Uma análise preliminar feita pelo verador Lino Peres, do PT aponta as seguintes questões:

- Uma das emendas mexe na Ponta do Coral permitindo a construção de prédios ali, de até 16 andares. Quem a defende são: Bispo Jerônimo Alves, Edinon Manoel da Rosa, Marcos Aurélio Espíndola (Badeko), Aldérico Furlan, Célio João, Guilherme Pereira, Deglaber Goulart e Marcelo Fernando de Oliveira (Marcelo da Intendência). Já o movimento social não aceita isso, quer que o local se transforme em área de lazer pública.

- Outra emenda permite que a Ponta do Goulart, que integra a proposta do Parque das Três Pontas, passe a ser área residencial, com prédios de até dois pavimentos.

- Outra emenda permite a urbanização da região do Pântano do Sul, bem no lugar onde a população luta para ter um parque.

- A área pertencente ao Exército na rua Bocaiúva também fica no alvo dos especuladores, com viabilidade de construção que ameaça fauna e flora local.

- Permissão para aumentar o número de andares na margem direita da SC-401, sentido Centro-Bairro, de 3 para 6, sem previsão de áreas verdes nem de infraestrutura para dar conta desse aumento.

- Morro do Jurerê, em Canasvieiras poderá ser ocupado em mais de 10% da área.

- Área da Marinha, no Estreito, poderá ter 12 pavimentos! É o fim da proposta de uma área de lazer no local.

- A área entre o túnel no Saco dos Limões e o supermercado Baía Sul, aterro da Baía Sul e rua geral do Saco dos Limões terá viabilidade para oito andares e não quatro como é agora.

Essas são apenas algumas das propostas que mudam radicalmente o rosto da cidade, transformando-a numa grotesca selva de pedra. Nem mesmo os recantos mais bonitos, os quais são procurados pelos turistas ficarão de fora. Tudo está preparado para as grandes construtoras deitarem e rolarem.

Não bastasse todo esse horror, os veneráveis vereadores chamaram a sessão que vai votar esse plano para amanhã, às quatro da tarde. Ou seja, não querem permitir que a população acompanhe, uma vez que todo mundo está no trabalho a essa hora.

Nesse sentido, é preciso que nessa terça-feira, dia 19, todo mundo falte ao trabalho e vá para a Câmara. Não é possível permitir que seja votado um plano com mais de 200 emendas, sem que haja qualquer discussão.

Esse é um momento chave para a vida da cidade. Ou participamos ou perdemos a batalha.


É hora! Todos para a Câmara de Vereadores. 

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