quinta-feira, 5 de julho de 2012

A gripe e o ônibus

aí está o vírus da gripe

Basta que cheguem os meses de inverno e já vem com eles a gripe. É batata. Ela aparece e contamina toda a gente. Quem está com a imunidade corporal em alta, pode resistir, mas os que estão mais fragilizados, não conseguem escapar. E, como a alimentação do brasileiro médio não é lá muito boa, o mais provável é que quando o vírus apareça, carregue para a cama milhares de criaturas.

A gripe é assim: transmitida por um vírus altamente contagioso, e sua propagação acontece sempre que alguém tosse ou espirra. As gotículas de secreção podem chegar até um metro. Daí que um dos lugares mais propícios para esse contágio é o ônibus.

Eu sinceramente não sei quem foi o inventor desse absurdo de fazer ônibus sem janela. Isso foi surgindo aos poucos e agora já quase não se consegue encontrar um carro sequer, no qual se possa abrir a janela para que entre o ar puro. São dezenas de pessoas espremidas num ambiente altamente contagioso, sem chance de escapar do maldito vírus. E o que é pior. Como ninguém nunca sabe se pegou um resfriado ou gripe, as pessoas saem de casa para trabalhar, para a escola e lá se vão, contaminando todo mundo.

Eu tenho sido a maior chata da paróquia na denúncia do ônibus sem janela. Sempre que viajo para outra cidade me deparo com o maldito. Chego ao posto da agencia nacional que faz a fiscalização e reclamo, escrevo longas cartas com argumentos sólidos e peço que a coisa muda. Ninguém me dá bola.

Agora a coisa passou do limite dos ônibus intermunicipais e interestaduais. Os coletivos urbanos estão entrando nessa onda de “modernidade”. O sofrimento é grande. Não bastasse a superlotação ainda tem mais essa. Potencial de contágio de gripe: 100%.

Nas duas últimas semanas eu peguei o maldito vírus. E, premida pelas urgências da luta, greve, atos, assembleias, compromissos militantes, fui pela vida espalhando o danado. Parece que ele sabe quando a gente está no ônibus. Vem aquela vontade louca de tossir e não dá para segurar. Mesmo tossindo dentro da bolsa eu creio que algum deles consiga fugir e pegar alguém.

O fato é que é que a parada da gripe é dura. Não há remédio para ela. Não há amparo. No posto de saúde a única receita é o paracetamol. E, para os mortais comuns, que não podem se dar ao luxo de ficar em casa repousando por uma semana só resta a triste tarefa de sofrer sozinha e ainda espalhar o vírus a outros pobres companheiros de desdita.

Quero registrar aos que infectei que não tenho culpa. Os ônibus não têm janela. O ar puro fugiu da nossa vida. A mim só resta pedir desculpas entre uma crise de tosse e outra. E que a gripe perca mais essa, embora eu não esteja me sentindo muito bem...

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