quarta-feira, 21 de março de 2012

Conselho Universitário barra especulação


Texto de Manoel Arriaga

Caros amigos de luta,
O dia de hoje (19.03) tem um sabor muito especial como já tivemos outros na nossa história política deste grupo. É um grande dia pois conseguimos com nossa participação de coletivo, juntamente com outras forças da UFSC, impedir que nossa universidade se curvasse aos fortes interesses econômicos e políticos dominantes na cidade.
A aprovação do parecer (construído coletivamente) apresentado no CUN, rejeitando a cessão do terreno da UFSC para a execução de mais um atentado urbanístico em Florianópolis, foi uma votória arrasadora das forças políticas progressistas e dos movimentos sociais desta cidade. Barramos a passagem do automóvel para liberar a passagem da população com qualidade de vida, barramos o interesse imobiliário para preservação da vida comunitária, barramos os acordos políticos espúreos para reunir, numa luta vitoriosa e democrática, uma parte significativa da sociedade que rejeita os métodos e propostas deste "desgoverno" florianopolitano.
Com base nesta decisão, a UFSC abriu mais uma ferida nesta estrutura dominante, atrasada e mesquinha da cidade e abriu um campo enorme de debates para a recuperação da sua imagem frente a sociedade, transformando o caráter mercantilista de suas relações externas em uma relação baseada na ética, na produção científica de interesse social e, mais que isto, em uma relação onde as estruturas burocratizadas internas poderão ser transformadas para torná-las democráticas, transparentes e progressistas aos olhos de todos.
Espero que possamos continuar em nossa luta para transformar esta universidade, torná-la autônoma, participativa, igualitária em suas instâncias, com priorização do caráter social de suas atividades, com controle social de suas atividades e finanças e em defesa da organização e luta dos trabalhadores universitários e estudantes.

Este momento de mudança de gestão da UFSC me parece muito especial. Nunca tivemos uma oportunidade como esta de dar um salto de transformação política, acadêmica e administrativa. Mas isto só virá, como demonstrado hoje no CUN, se houver um movimento forte da comunidade universitária para as mudanças necessárias, não só nas lutas trabalhistas mas tambem nas lutas pelo controle social deste processo, ou seja, depende de nossa disposição de construir isto de forma coletiva. Sabemos que o caminho pode ser longo e difícil mas as transformações tambem precisam ser duradouras e não por uma só gestão.
Parabéns a todos,

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