sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Por que votar na Chapa 1 - Olsen Jr.


Por Olsen Jr. (*)

O dramaturgo alemão Bertolt Brecht afirmava “... Os tempos de máxima opressão são aqueles em que quase sempre se fala de causas grandiosas. Em tais épocas, é necessário ter coragem para falar de coisas pequenas e mesquinhas como a comida, a moradia dos que trabalham, no meio do palavreado homérico em que o espírito de sacrifício é agitado como estandarte glorioso”...

Transpondo aquela “opressão” e as “causas grandiosas” para o nosso tempo, do que mesmo estamos falando? E aquelas “coisas pequenas e mesquinhas” dissimuladas no “palavreado homérico” daqueles que nos impõe “o espírito de sacrifício” amarfanhado “como estandarte glorioso” enquanto enriquecem com a força de nosso trabalho, do que mesmo estamos falando?

Onde está a verdade deste progresso?

Coragem senhores.

É preciso discernimento para reconhecer a verdade.

Do que estamos falando?

Véspera de uma nova eleição para o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina: duas Chapas protagonizam o embate democrático.

Quando gente valorosa em ambos os lados se propõe a um confronto para viabilizar o que imaginam seja o “melhor” para a categoria, não é demais lembrar que a luta para implantar este “ideal” sempre foi a mesma e que no fundo (ou só na superfície) sempre nos debatemos pelo básico, pelas condições mínimas e que lá na frente, o “inimigo” a ser convencido de “nossas” necessidades é invariavelmente o mesmo. Portanto, nossa energia nesta batalha não deveria ser dilapidada contra as nossas próprias forças porque estimular o conflito interno para expor diferenças de método é fazer o jogo daqueles a quem não interessa enfrentar uma classe unida e disposta a não dar tréguas para que se reconheçam seus direitos, sejam eles de ordem profissional ou de mera convivência entre os contrários.

Do que estamos falando?

Reconhecer as “diferenças” é alimentar o corpo que fortalece a democracia. Desta consciência não podemos transigir. Mas não é menos verdade de que, na medida em que nos dividimos, estamos possibilitando a fragmentação de uma resistência que poderia ser decisiva na busca do “ideal” comum. Corremos o risco. Preferimos fortalecer o sistema (que é democrático) a modificá-lo porque implica em renúncia e ninguém suporta perder nada. O sacrifício sempre deve ser o do “outro”, daquele que pensa diferente. Faltou diálogo, o debate anterior que poderia evitar o desgaste do confronto... Mas, espera-se que sobre a lealdade para revitalizar a convivência e com esta, reacender o espírito de classe capaz de nos tornar respeitados e dignos de ser recebidos em uma mesa de negociação onde deve triunfar direitos coletivos e não aspirações individuais.

Do que estamos falando?

Ao votar na Chapa 1,o colega jornalista está apoiando a defesa da formação superior para o exercício das atividades de jornalista no serviço público estadual (o Sindicato atuou para derrubar o veto do governador no projeto de lei que exige o diploma nas contratações do Estado); a implementação de lei municipal em Blumenau, que exige formação superior para os cargos de jornalista na FURB – Fundação Universitária da Região de Blumenau; elevação do piso da categoria em 7,5% acima da inflação nos últimos anos (nunca o piso da categoria em Santa Catarina havia tido ganho real em toda a sua história); o empenho para o fim do oligopólio dos meios de comunicação no Estado ao lado do Ministério Público Federal e pela primeira vez em SC, o SJSC propõe negociações coletivas para assessores de imprensa, com estabelecimento de piso e a determinação para fazer de nossa Instituição um verdadeiro Sindicato também para os jornalistas dos pequenos e médios municípios não medindo esforços, percorrendo milhares de quilômetros para estar presente onde o jornalista associado vive e trabalha e finalmente, o Sindicato dos Jornalistas sempre estará presente em atos de movimentos sociais que envolvam a luta de trabalhadores catarinenses.

É desta realidade que estamos falando!

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(*) Jornalista, escritor recentemente eleito para a Academia Catarinense de letras e membro do Conselho de Ética do SJSC.

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